Era tão boa a vidinha no campo...







quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ESTÓRIAS DO MÊ ALEGRETE...e outras coisinhas do campo I



HOJE O GALO NAM CANTOU.. Hogi o galo nam cantou, por isso acordi sozinha e vi logo que já devia ser tardi. O soli já me entrava pla greta da janela nem me deixando abriri os zolhos com getos. Ainda meio a drumiri e com os chinelos de quarto (com um pompom cor de rosa lindoooooos) a arrastar plo chão, coloqui o robi (verde alfaci e com uns corações roxos bordados mt lindo tambeim por sinal)..dizia eu que saí pa rua para veri o que raio se tinha passado com o me galo. Mas antes de lá chegari vi logo que alguma coisa se tinha passado, no alegrete das couves dormia uma coisa verde, farfalhuda, viçosa, tenrinha e a ressonar que nem uma vaca..nem quis acreditari, levi as mãos à cabeça ao mesmo tempo que ia dizer : oh me deus..mas o o bando de couves de Bruxelas (que estavam roxas nam sei bem porque) gritaram todas em coro: Cala-teeeeeeeeeeee que ela é sonâmbula tadinha. E eu cali-mi! Segui em frente e fui até ao galinheiro. Mau, mau Maria (disse eu ,que por acaso tenho a graça de Maria e sempre achei estranho que quando algo corre mal toda a gente diz o me nome) Olhi novamente e nem coloqui os olicus (tavam tão abertos que dava para ver bem fosse a que distancia fosse), atão querem lá veri que tá tudo parvo???!! Pergunti eu. Mas como já me habitui a perguntar e nam ter resposta…desta vez nem esperi por ela. Mas nam é que o raio das galinhas estava depenadas?? Sim senhori, todas, todinhas sem uma única pena e feitas doidas cacarejavam enquanto se esfregavam plo chão. Hum aqui havia coisa e nam era boa!! Ainda me lembri das vacas loucas mas depois tiri logo isso da ideia, eu sabia que as vacas, mesmo as loucas, nam têm penas e teria sido impossível depenarem-se. Mas isto nam ficou por aqui, olhi po poleiro e nam ei que em vez do galo estava lá um porco? Sim senhori, um porco todo preto a dar as asas e a cantar de galo. Primeiro ainda disse: ai me deus…mas descansem que já nem olhi po céu. Entri devagar nam, fosse este tbm seri sonâmbulo, pé ante pé com os meus lindos chinelos de quarto com um pompom cor de rosa, e mal chegui perto do bicho agarri-o pla asa. O magano ainda deu um ou dois coices ,mas eu nam o largui, seguri-o mt beim e sai dali e levi-o pa pocilga. Quando o coloqui no chão o bicho até parece que mudou de cores estava vermelho que nem um tomate (nam sei se o facto de o ter trazido de cabeça pra baixo teve alguma coisa a veri com isso ). Olhi-o beem nos olhos, chegui-me perto e deu pa veri que estava envergonhado. Nam tive coragem de lhe ralhar mas disse-lhe com voz firme: agora ficas de castigo até aprenderes a cantar a horas certas!! Sai dali a correr e fui ver das galinhas, o galo já lá estava todo pimpão e as maganas com ar comprometido cacarejavam à sua volta. Fechi o galenheiro e volti pa casa pois tinham que me lavari e ir cuidar do alegrete, mas a meio caminho pari pois nam se me tirava da alembradura aquilo que vira no galinheiro. Senti-me junto ao chaparro e pensi, pensi e volti a pensari…..amanhã vou levar as galinhas ao médico (isto sou eu a pensari). Alguma coisa se deve poder fazer pelas coitadas!! E ao longe ouvi o galo…alevanti-me pois já eram horas!!

1 comentário:

  1. Indago-me se relatas sonhos próprios ou imaginários... tal como julgo ser o tê alegrete, que, ao que tudo indica fará juros ao nome...

    Beijinho.

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cavadelas